segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Tava aqui de boas...

Tava aqui de boas em Paris, em uma segunda-feira tranquila de trabalho, sem grandes movimentações e novidades. Saímos somente para resolver algumas coisas pela manhã, mas foi um dia comum, ele poderia inclusive ter acontecido em Porto Alegre (não fosse o vento gelado e o sol que não esquenta!). Assim, nasceu um problema: sobre o que escrever no blog hoje? 

Muitas ideias vieram (segundo o Fernando): falar do sol, da miséria parisiense (tem sim, sinhô!), comparar os franceses com os belgas (achei ofensivo), mas nenhuma me cativou. Tive que chafurdar no Facebook (adoro), de onde veio a ideia deste post.

NENHUM voto em Aécio Neves.

Assim, sem cuspe.

É que todo mundo no Brasil está se posicionando, e a gente aqui, comendo baguete, bebendo vinho e comendo queijo.  A gente precisava se posicionar e nada mais fácil do que dizer NÃO ao Aécio Never, ops, Neves. Mas porque dizer não para um cara tão bonito e educado e rico?  Bom, tanto eu quanto o Fernando vivemos os anos FHC. Do ponto de vista da educação, eles forem bem ruins: nenhuma universidade pública criada, pouquíssimos concursos para professor, instituições sucateadas, greves de professores. Somos, afinal, duas coisas: produtos da era Lula-Dilma e professores. Nos tornamos professores nessa mesma era e, portanto, não conseguimos (queremos) um retrocesso nessa área.

O Fernando é um guri de apartamento de Porto Alegre, mas eu, que vim de São Borja e amarrei meu cavalo no obelisco, consigo perceber as maravilhas que a Unipampa e o Instituto Federal fizeram pela cidade e pela educação (e ainda têm para fazer). Esse tipo de investimento é contra-producente para uma lógica economicista. Educação gera gastos e o seu retorno nem sempre se dá dentro da esfera produtiva.  A gente briga muito com o governo Dilma pela sua visão produtivista sobre ciência e educação, mas ainda há uma visão sobre ciência e educação que não larga tudo nas costas da iniciativa privada. A prova disso sou euzinha: graduação em universidade pública, mestrado em universidade pública, doutorado em universidade pública.


Voltamos para Porto Alegre em janeiro. Entramos novamente no mercado de trabalho e aí a dúvida: o que é melhor? Um governo que tem conseguido manter o desemprego em 5% ou um governo que entregou o país com uma taxa de 12%? Um governo que mantém o poder de compra do salário mínimo, ou um que pretende reduzi-lo? Um governo que abre concurso público, ou um que é conhecido pelo seu descaso com a educação? Aliás, vocês viram o índice de rejeição do Aécio Neves entre os professores mineiros? Deem uma googleada. 

A gente não vai votar, mas abrimos votos no Facebook no 1º turno: Luciana Genro, a diva dos cabelos cacheados. Também não votaremos agora, mas achamos que o blog poderia servir como espaço para abrirmos o nosso VETO. A gente já se apavorou com as eleições para deputados federais e estaduais, e nem me fale do senado "essas-mais-de-mesa"! Vai que a gente volta na luta, na cara e na coragem, e precisa enfrentar mais 4 anos de PSDB ainda? 

É, caro leitor e cara leitora, a gente estava aqui de boas, pensando que não adianta votar no PSDB e depois reclamar da educação, viu?!



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