domingo, 12 de outubro de 2014

Dos domingos preguiçosos em Paris

Chegamos ontem da Bélgica e estávamos bem cansados. Não entendam mal: Bruxelas é uma cidade pequena e conseguimos fazer quase todos os passeios a pé sem muito problema. O centro da cidade concentra a maioria das atrações e a única desvantagem é que ele é uma espécie de ladeira em relação à rua central (a Rue Royale, ou Koniegstraat...ou algo que o valha em holandês). Mesmo a viagem de ônibus não tinha sido cansativa...4 horas, mas 4 horas confortáveis - ainda mais se a gente pensa no preço.

Mas, chegamos ontem de noite e dormimos tarde. Hoje, é claro, acordamos tarde também. E ao olhar para as janelas, reparamos que o dia estava cinzento e pouco convidativo para passeios. Fomos então ao supermercado mais perto (detalhe: aqui é raro encontrar supermercado aberto aos domingos) e compramos o que precisava para a janta - já tínhamos deixado uns congelados reservados para o almoço de hoje.



Depois de comer, o que fazer? Um domingo preguiçoso em Paris é um pouco diferente de um domingo preguiçoso no Brasil. Para quem gosta de futebol, o Brasil oferece um jogo qualquer do Brasileirão, ótimo para ficar repousando. Aqui é um pouco diferente...nem todos os canais de esporte estão habilitados e os jogos do campeonato francês são como ver a série C brasileira - com exceção dos principais times, como o PSG, o Olympique Lyon, o Olympique de Marseille e o Monaco. Há também a possibilidade de ver um filme, mas a televisão não propicia tantas opções assim. De mais a mais, nem sempre o programa tem legendas e aí mais do que entretenimento, ver tv parece um exercício de listening mesmo.

Tem a internet também. Mas é uma alternativa um tanto quanto modorrenta nos domingos. Nos restavam os livros. Eu estou lendo o Homem que Amava Cachorros, do Leonardo Padura. A Juliane está lendo Os Memoráveis, da Lydia Jorge. Mas nem eu e nem ela acabamos tocando nos livros hoje dada a nossa preguiça.



No Brasil a gente tem uma boa quantidade de comidas de domingos preguiçosos, geralmente porcarias que nos confortam nesses dias. Mas em Paris, é um pouco mais difícil. Negrinho (ou "brigadeiro"), por exemplo, é difícil de fazer...até encontramos leite condensado, mas chocolate em pó ainda não. Pipoca supostamente seria fácil e a gente até encontra para comprar no supermercado sacos prontos - que não parecem lá muito convidativos. Mas fazer pipoca é mais difícil - um saquinho de milho de pipoca Bio custa mais de 1,50 euros e não tem nem 300g. Meio caro...


A Juliane acabou indo trabalhar um pouco. Eu, por minha vez, fiquei aqui pensando nesse texto e jogando no celular. Porque nem todos os dias em Paris precisam ser memoráveis também. Basta serem confortáveis.


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