terça-feira, 7 de outubro de 2014

A elegância masculina em Paris

Depois de dias de sol, com céu azul e temperaturas oscilando em 20 e 25 graus, o outono deu sua carinha nesses últimos dias. Tempo emburrado no domingo e na segunda, com garoas ao longo do dia, e hoje um daqueles dias entre céu azul e chuva (e um friozinho que não temos aí nem no inverno).

Eu sempre gostei muito de inverno: vinho, comidas gostosas, todo mundo lindo e elegante de sobretudo na rua. Acho digno (mas amo verão-chinelo-vestido também, bien sûr). De maneira geral, em Porto Alegre, a elegância atinge a todos, claro que os mais vaidosos se destacam, já que gastam mais tempo e dinheiro. Bom, como o frio aqui começou e com chuva, é hora de tirar aquelas roupinhas quentinhas do armário e mostrar a sua elegância na rua, e é o que tenho acompanhado pelos metrôs, ruas e Monoprixs de Paris.

Não por uma questão de orientação sexual, mas por me saltar aos olhos DE FATO, as vestimentas masculinas chamam  muita a atenção. Ontem peguei o metrô em torno das 17:30 da tarde, sozinha, em um vagão semi vazio. Quando olhei ao redor me senti no meio de uma campanha publicitária de trench-coats masculinas: haviam uns 6 ao meu redor, todos lindos, com corte perfeito, não eram esses casaquinhos sem estrutura nenhuma que a gente vê por aí não. Parecia que eles tinham acabado de sair de uma alfaiataria.


Afora os casacos, que quando não trench-coats são algum casaco cortado lindamente com comprimento 3/4 (3/4!), acompanhados de calça social, sapato elegantérrimo e uma gravatinha daquelas fininhas, saca?

Claro que nem todos os homens se vestem assim, mas chama a atenção a quantidade de homens que se vestem assim. Terno é algo bem comum também, claro que algumas profissões exigem o uso, mas aqui todas as conferências/aulas das quais participei nas universidades/bibliotecas que eram proferidas por homens, eles estavam de terno. Em Porto Alegre é algo limitado aos "homens de negócios" ou aos estudantes de direito, conforme já percebi pelo campus.

Acho tudo lindo, mas ao ao mesmo tempo, incômodo: se eu, uma apaixonada pelo Rio de Janeiro, o amo por sua informalidade e acho graça da "falta de decoro" nas vestimentas locais, estou do lado inverso da moeda. Aqui a formalidade parece estar presente em tudo: no trato diário, com os "bonjours"; na propaganda da água da torneira, que se diz um gran cru, ou seja, o melhor vinho da vinícola; e nos trench-coats do metrô. E sem zueira, o charme dos franceses perde um pouco de seu apelo (mas só um pouco).

(Deixo claro que o Fernando apoiou totalmente meu texto de hoje porque ele sabe que esse pessoal loiro e imberbe da França não faz meu tipo ;) )

Nenhum comentário:

Postar um comentário