quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O 15e arrodissemnt

Já comentamos aqui anteriormente que Paris é dividida em "arrodissements", distritos que formam um caracol no mapa da cidade e são praticamente uma pequena cidade (dá para viver só no seu arrodissement dependendo de onde você trabalha). O nosso é o 15e, bem localizado (aqui, graças ao metrô, tudo parece bem localizado) e nada turístico, e que tem toda uma vida própria. Para vocês terem a ideia espacial da coisa:


Estamos na rive gauche, portanto, e nosso arrodissement faz fronteira com o 7e, o distrito da icônica Torre Eiffel. Desse forma, a dita é vista de muitos lugares do bairro se você vai do centro em direção ao Sena. Nós, por exemplo, estamos a uns 30 minutos a pé dela, mas é só caminhar umas três quadras que ela já surge no nosso campo de visão.



 Mas para além disso, o 15e, e pelo que vi todos os arrodissements de Paris, tem outras qualidades que fazem daqui um lugar muito especial. Quais? Ora, eles tem parques e bibliotecas (no plural!) nos distritos! 

Há 5 minutos aqui de casa temos a Petite Ceinture, uma antiga linha de trem que hoje é um passeio de 1,5 km entre os Parques André Citroën e o George Brassen. O primeiro, acho que do tamanho da Redenção, com jardins variados, chafariz, uma bibliotequinha, quadras de ping-pong, e muita grama para sentar. O segundo, um pouco menor, mas também uma gracinha.

Petite Ceinture

André Citroën

George Brassen roubada da Wikipédia.
Além desses parques todos, ainda há uma série de pracinhas, as "squares", a cada 100, 200 metros, sem brincadeira. Normalmente, nesses lugares, há uma cabaninha de comida, um pracinha para os pequenos e uma grama verde e flamejante para repousarmos. Ah! E internet! Alguns desses espaços são mais simples, com pouca grama, meio caído, mas via de regra eles têm um grama de matar de inveja qualquer jardineiro.
Square Saint-Lambert
Mas além desses espaços verdes necessários, ainda tem outra coisa que faz daqui um lugar e tanto: bibliotecas municipais. Só no meu bairro são 10! Não conheço todas, mas a mais próxima de nós, a Bibliotèque Vaugirard é um presente dos deuses: com uma boa área de estudo, internet a milhão, jornais do dia, novelas gráficas, livros de receitas, guias de viagem, e uma boa coleção de ficção (encontramos a tradução de Os Sertões aqui, por exemplo: Hautes Terres, la guerre de Canudos). E com uma biblioteca infatil também, bien sûr. Claro que ela não tem um super acervo, afinal é uma biblioteca de bairro, mas é um local de leitura, ou seja, de exposição e interação com o ambiente letrado. Para ficar mais legal, eles possuem uma agenda de eventos, que vai desde degustação de macarrons até encontros com escritores. E toda essa agitação cultural está ali, expostas nas entradas, para você poder escolher o que quer ver.

Bibliotèque Vaugirard
Além disso, temos a Marché Convention, uma feira livre que acontece terças, quintas e domingos. Os preços não são mais baixos do que os do supermercado, mas teoricamente são mais frescos. E aqui feira é assunto sério: aos domingos, por exemplo, a feira lota porque muita gente vai comprar o almoço completo ali, já que eles vendem toda uma série de comidas feitas na hora, como paellas, frango assado, e tudo mais. Além dos produtos frescos como peixes, carnes de gado, lebre, etc. e tal.

Para ficarmos mais felizes com o nosso bairro, hoje vimos que até barzinho sympha tem pertinho da gente (até então achávamos todos caros). O Au Petit Parisiense nos oferece honestinhas pints no happy hour por honestinhos 3,50 euros. E, pasmem, com um atendimento não polido, mas gentil, como a gente ama. Ainda melhor é a coletânea de boulangeries que tem aqui perto, nos obrigando a ter que escolher qual a melhor baguete/croissant do bairro. Não está fácil, minha gente...















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