Continuando a maratona...
Dia 4: No quarto dia, sábado, mais um dia de
muito sol e temperatura agradável, iniciamos pelo Instituto do Mundo Árabe. Se
propondo a contar a história daquela civilização, o museu ganha muitos pontos
pela experiência sensorial provocada: muitos sons são evocados ao longo da
exposição, seja pelo leitura de textos, pelas músicas ou pelos sons ambientes. Somado a isso, o fato do museu não ser dos mais badalados, o que significa uma visita tranquila (sabe aquela história do "imagina na copa?", aqui ela virou "imagina no louvre?").
A fachada do Museu Arábe é super gracinha. |
Depois, fomos ao Museu Cluny, o museu da Idade Média, localizado em dois prédios históricos (séc. III
e séc. XV), que foi fundado ainda no século XIX. Apesar dos prédios e tudo mais
(tem um jardinzinho bem simpático na frente), o museu incomodou um pouco: sem
metodologia, misturando itens de séculos diferentes, e alguns já renascentistas
inclusive, o museu funciona quase como um antiquário. Dessa forma,
descontextualizado, não nos agradou muito, não.
Cluny |
Concluímos o Cluny e
fomos até o Jardim de Luxemburgo almoçar. Já havíamos ido lá em outro momento
(ele é próximo à universidade), então dessa vez fomos para descansar os pés e
aproveitar os baguetes baratos do Monoprix. Como tem feito dias muito
ensolarados nesse final de verão, o jardim está lindo de morrer, com muitas
flores e todo mundo disputando seu lugar ao sol. Não sei como ele vai ficar no
inverno, mas a imagem desse jardim florido e ensolarado já é umas das minhas
preferidas de Paris.
Luxemburgo |
Após o almoço, Arco doTriunfo. Essa, na minha modesta opinião, foi a “armadilha de turista” da
rodada. Explico: você paga 9,50 euros (a gente já tinha pagado o passe) para
subir umas escadarias sem fim e olhar Paris lá de cima. À noite, imagino que
deva ser lindo, mas de dia, depois de subir as escadarias, a sensação foi de
frustração mesmo.
(Um comentário meio
aleatório: o metrô de Paris sábado parece Porto Alegre em dia de passe livre: lotadaço! E com aquele “perfume” todo especial... mas esse é assunto para outro
post.)
Dia 5: No domingo,
começamos pelo Museu Rodin, com uma fila de bom tamanho para uma manhã. Como tínhamos o passe, entramos sem passar por ela (na maioria dos
museus, quem tem esse passe foge das filas, o que é uma grande vantagem em se
tratando de museus concorridos). O museu está localizado em um antigo hotel,
lindo por si só, com um jardim também belíssimo. E de lambuja Rodins para tudo
que é lado, incluindo os famosos “O Pensador”, “O Beijo”, e “Portões do
Inferno”. Soma-se a isso o fato do museu ser muito bem organizado. Achei muito tri.
Depois do almoço
(baguete nos jardins do Rodin, é claro), fomos até o Museu d’Orsay. Primeira
dica sobre o Orsay: fique um dia inteiro lá. Além de grande, o museu é demais,
com impressionistas, pós-impressionistas, mais Rodins, Van Gogh e um monte de
coisa bacana. O bom é que ele tem alguns ambientes para você esticar as
pernocas e descansar um pouco, além de restaurante e café (não baratos,
claros). A parte ruim é que ele é um dos museus famosos, ou seja, é bem
movimentado, o que impede que você aprecie com calma as pinturas, o que é uma
pena. Saímos de lá entre esgotados e maravilhados, e com muita vontade de voltar.
Dia 6: Para o último dia deixamos o Panthéon e o Museu Delacroix, iniciando o nosso dia pelo primeiro. O Panthéon não é propriamente um museu, e sim um monumento - ele foi criado durante a Revolução Francesa para "louvar os grandes homens da França". Em sua cripta encontram-se enterrados Émile Zola, Jean-Jacques Rosseau, Victor Hugo, Alexandre Dumas, Jean Jaurès, Marie Curie e Voltaire, para ficarmos em alguns nomes. Vimos também a mostra especial, uma homenagem a Jean Jaurès, político socialista francês assassinado em 1914, às vésperas da I GM. O mais legal da homenagem/mostra é que ela inicia com o assassinato de Jaurès, acompanhando assim as apropriações feitas dessa figura ao longo dos anos, ou seja, a sua transformação em um herói de esquerda e as disputas políticas em torno da figura.
Depois do Panthéon,fomos ao Museu Delacroix. Diferentemente dos outros museus em que estivemos,
esse se localiza em um prédio bem escondido e sem muito daquele charme século
XIX que a cidade exala (e que às vezes cansa). O museu é bem pequeno, e contém
desde pinturas e esboços do artista até objetos pessoais. Tem um pequeno jardim
ao fundo, mas que não se encontrava lá uma belezura. Somado ao fato de o museu
parecer não ter método algum na sua exposição, Delacroix que nos perdoe, mas
ficamos um tanto quanto decepcionados (a gente não tirou nem foto, só aquele selfie matreiro que não conta)
Como acabamos cedo as
visitas, fomos até a Igreja de Saint Germain des Près, que era pertinho dali.
Essa é a igreja mais antiga de Paris, e diferentemente da suntuosidade das
outras, é bastante sóbria e menos restaurada do que as outras. Com entrada
gratuita, como penso são todas as entradas em igrejas, você pode ver a tumba do
Descartes que se encontra em uma das capelas.
Bom, passada a
maratona, o saldo é uma boa economia, mas também um super cansaço: dormi 11 horas depois do último dia da maratona! Mas foi uma experiência para lá de prazerosa para entender um pouco mais a França e também apreender um pouquinho mais sobre arte.
PS do Fernando: Ainda tem os museus gratuitos...
Dica esperta (ainda recebo emails de eventos em Paris, só pra me deprimir): a partir de 14 de outubro, a exposição temporária do Orsay será "Sade". Parece interessante...
ResponderExcluirOpa! Anotada. (Pensei nisso enquanto me inscrevia em newsletters: isso vai me deprimir depois hehe)
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