sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Jet lag


Enfim, Paris. Depois de 15 horas de voo e uma conexão no aeroporto de Brasília (fujam até que a reforma esteja conclusa), chegamos ao nosso destino, o 15eme, ontem. Parênteses: a cidade é dividida em "arrondissements", distritos que são numerados e formam uma espécie de caracol no mapa da cidade. Fecha parênteses. Até agora, tudo lindo:  a imigração foi uma maravilha, visto que meu "casamento por interesse" deu certo, e entrei como esposa de cidadão europeu, fugindo de filas e qualquer stress; o apartamento que alugamos é demais, praticamente um latifúndio se comparado à média de metragem dos "studios" por aqui.
Ainda é cedo para elaborar grandes comentários sobre a cidade, mas já posso falar em impressões gerais só para se ter um ideia: essa história de tomar vinho no parque é demais (ontem, ao redor da Torre Eiffel, muitas pessoas, entre franceses e turistas, faziam um piquenique às 20h); tudo é pequeno e apertado, como muitos amigos já tinham me avisado, sobretudo os elevadores; de maneira geral, os franceses têm sido simpáticos, o "bonjour" até agora veio sempre acompanhado de um sorriso; e "nunca converta" é meu mantra (só não vale para os chocolates Lindts, que paguei míseros 1 euro e alguns cents no supermercado).
Apesar da ideia do original do blog ser um relato de viagem com o nosso olhar latino-americano posto na Europa, não tenho dúvidas de que é sobretudo sobre o nosso olhar voltado para o Brasil, principalmente em ano de eleição. E é por isso que não posso deixar de compartilhar uma notícia sobre as eleições brasileira que circulou no jornal Libération (jornal francês que teve em seu início Jean-Paul Sartre como editor, se posicionando na época à extrema esquerda) de 3 de setembro: 


Em linhas gerais é uma pequena notícia chamando a atenção para os nomes de candidatos no Brasil: quatro Obamas (Barack Obama Claudio Henrique, Cosme Barack Obama, Samuel Obama, Obama de Colombo), três Bin Ladens, dois Pelés e um Neymar. O destaque da notícia fica por conta daquela nossa zoeira que nunca terá fim: em 1988, 400 000 eleitores votaram no macaco Tião para presidente (para os jovens: antes da urna eletrônica). Além disso, ressalta a eleição do "clown" Tiririca em 2010, com a seguinte ressalva: ele é um dos deputados mais assíduos nas sessões do parlamento. The zueira never ends ou "la zueira ne finit jamais" (tradução livre).

2 comentários:

  1. Só pra dar uma "lambida" em vocês: esse blog é simplesmente demais; vocês dois escrevem muito bem, sabem usar o humor na medida perfeita (linha tênue, caminho sem volta para os que a passam) e, acho que isso é o mais incrível, eu consigo ler os textos como se não conhecesse vocês, ou seja, tem um baita alcance. Tá decidido: zoeira? sim, mas com dialética!

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    1. Os zueiros do outro lado do Atlântico agradecem muito, queridão! Tem sido ótimo para gente escrever, que bom que é bom para ti ler :D

      Gros bisous!

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