terça-feira, 23 de setembro de 2014

Piaf XXI

Dia corrido, pouco tempo para o blog. Mas essa ideia tava na mira já quando estávamos saindo do Brasil - ver o que a cultura francesa contemporânea tem a apresentar. E no quesito música, eu e a Juliane estamos em estilos diferentes, mas dando uma explorada na área.

Ela ouviu incessantemente a cantora Zaz nas semanas que antecederam a viagem. Devo dizer que gostei, é bonitinho e animado. Tem umas músicas que achei bem legais, mas não tive a mesma persistência para ouvir até furar o disco. A mais famosa dela, que vira e mexe toca em algumas rádios brasileiras, é a Je Veux ("Eu quero"). Deem uma olhada:


Bonitinho, né? Tem aquela clássica pegada Amélie Poulain, tipicamente francesa. Até a letra lembra um pouco a icônica personagem do filme, com o refrão cantando: "Eu quero o amor, a alegria, o bom humor / Não é seu dinheiro que dará felicidade, / Eu quero morrer com a mão no coração". É fófis, não? Eu, particularmente, gosto mais da On ira - que foi acusada pela direita francesa de "multiculturalismo", o que prova que gente tosca é uma característica que transcende nacionalidades mesmo.


Na última semana, porém, um amigo colocou no YouTube um vídeo da rapper marselhesa Keny Arkana. É um estilo completamente diferente, que vai mais para o hip hop e evoca a antiga música de protesto francesa. A Arkana é bastante radical nas letras e sua pegada eletrônica é bastante inusitada. As letras são uma paulada à parte. Na minha favorita, chamada Gens pressés, além da letra ser excelente o clipe também é muito bem produzido e a melodia é bem interessante.


Essa, particularmente, me lembrou a banda porto-riquenha Calle 13 pelo clima menos hip hop e mais "inventivo" nos acordes e até na letra - uma música mais tradicional dela e que é uma pedrada é a La Rage, que também tem vídeo legendado no YouTube.

Apesar de nem sempre eu e a Juliane concordarmos com nossos gostos musicais, é no mínimo curioso que ao buscarmos a seara das chansons francesas nos deparemos com cantoras. Dá a impressão de que o espírito de Piaf ecoa - sem adentrar no mérito da qualidade das músicas. Mas é significativo que em estilos tão diferentes, as cantoras francesas sigam sendo bem representadas.


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