terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dia a dia em Paris para você, amig@ don@ de casa.

Depois do deslumbre inicial de “turista”, é hora de assumir os compromissos básicos de uma nova rotina em uma nova casa, como lavar roupa, limpar a casa, fazer supermercado, feira e tudo mais.

O quesito lavar roupa foi o primeiro a me chocar: como os apartamentos aqui são pequenos, não há espaço para estender roupas, por exemplo. Tanque? Esqueça. Inclusive, não tenho usados minhas roupas “delicadas” porque não sei o que fazer para lavá-las (deixar a máquina estragá-la!? Lavá-la no banho?!). Mas voltando à questão inicial, do estender roupas, ao entrar no apartamento foi a primeira pergunta que fiz a senhora (brasileira) que nos alugou o imóvel: onde estendo as roupas? No que ela respondeu: “Pela casa, se você entrar no meu apartamento agora verá um varal na sala, que fico deslocando pelas peças da casa. Aqui em Paris é comum em função da falta de espaço”. O que a minha cabeça de 14 anos de Porto Alegre pensou: as roupas nunca vão secar e, pior, vão feder! Imagine secar roupas DENTRO DE CASA em Porto Alegre? Naquele mesmo dia, à noite, resolvi testar a secagem domiciliar parisiense lavando umas camisetas e colocando-as para secar na sala, com a casa toda fechada. Resultado: na manhã seguinte estava tudo bem sequinho, como se tivéssemos colocado as roupas no sol. A parte ruim desse tempo seco: tenho tido muitos acessos de tosse, principalmente à noite.

Já no quesito limpar a casa, a tranquilidade reina com um apartamento que é metade do nosso em Porto Alegre. Além disso, temos contatos de faxineiras (uma brasileira e outra portuguesa) para quando a coisa ficar feia (leia-se: limpar as vidraças gigantes), que cobram aqui por hora de serviço (em torno de 15 euros, mas sei que tem por menos). Para um studio (o que seria o nosso JK ou quitinete) duas horas são suficientes (de acordo com os parisienses).

Quanto ao supermercado, estamos a meia quadra do Monoprix, que é o preferido dos franceses. Ele é bastante grande e vende de tudo, de roupas a vinhos, passando por dermocosméticos e utensílios para a casa. A parte da alimentação é talvez a mais difícil de lidar fora de casa para carnívoros como nós vivendo em um lugar no qual a carne é cara. Assim, precisamos rever muitas coisas da nossa dieta para nos adaptarmos às ofertas daqui. A parte boa é que queijo e cogumelo não faltam: não são propriamente baratos, mas também não são caros. O que dá para perceber, vendo as gôndolas do mercado, é a variedade de produtos prontos, como soluções para fazer purê de batata (no estilo “polentina”), lentilha seca, risotos, e um montão de outras coisas. A parte dos resfriados, por exemplo, deixaria o Hipermercado Bourbon se sentido um mini-mercado de bairro. Em compensação, a parte de verduras e legumes é menor do que as nossas (mas tem quase tudo que a gente come, menos mamão papaia, para minha tristeza).

Mas falando em comidas prontas, a grande sacada para comer MUITO barato aqui são os congelados Picard, que fica também à meia quadra do apê. Lá você tem de tudo, das tradicionais pizzas e lazanhas congeladas, até as sopas em pacotinho, passando por sobremesas. Em termo de preço, é muito mais barato do que no Brasil. Em termos de sabor, é um pouco menos ofensivo do que a comida congelada no Brasil. Uma lasanha, que serve 4 pessoas mas que na verdade serve 2, nos custou 3 euros e alguns cents, por exemplo. Como a gente ainda não criou uma rotina (as aulas começam daqui umas duas semanas e temos andarilhado bastante pela cidade) temos apelado para congelados em uma das refeições e tem sido bem ok no quesito $. Para compensar, tenho comido muito mais frutas aqui do que estava comendo em Porto Alegre: pêssegos e ameixas tem bons preços, sendo vendidos em pacotinhos com 3 unidades grandes por 0,99 cents de Euro em alguns super.



E falando em frutas, demos sorte em estarmos a uma quadra da feira da Convention, que acontece três vezes por semana pela manhã. Hoje fizemos nossa estreia e para nossa surpresa a feira vende tudo o que a gente espera que uma feira venda (frutas, verduras e tudo mais) e mais roupas, pantufas, meias, lingeries, bolsas, dvds e mais algumas coisas que eu devo ter esquecido. A parte ruim é que ela não tem aquele nosso pastelzinho de feira delícia. Além disso, em várias barraquinhas a placa “ne pas toucher” deixava claro que apertar o tomate para ver se ele estava no ponto estava fora de cogitação: o vendedor que “escolhe” o produto para você. Agora, olhando os pêssegos, achei eles maduros demais, algo impossível de se perceber sem tocar. Em matéria de preço, alguns produtos são um pouco mais baratos do que no super, mas outros têm praticamente o mesmo valor. De qualquer forma, para uma amante de feiras como eu, vale muito a pena frequentar a feira, além do prazer de passear por ela, ainda dá para enriquecer o vocabulário gastronômico da gurizada.

3 comentários:

  1. Gente, o Picard não é dos mais baratos...ainda não foram no Lidl? É a minha alegria de pobre hahahah! Nós fazemos o rancho no Lidl e depois vamos no LeClerc comprar o que não tem lá. Outra coisa, carne no geral (vermelha) é carinho, então a dica é procurar os açougues de Halal (que vendem de tudo, galinha, boi, carneiro...). Mas o LeClerc faz umas promoções de vez em quando. Compramos muito roti (carne como se fosse um rolo para assar)de porco por 3 euros o quilo.
    Quanto a empregada...bem, depois de um tempo a gente vê que tem que por a mão na massa, ainda mais em um estúdio que é tão pequeno. Empregada é luxo e mesmo estas empresas de limpeza também. Aqui em Strasbourg moro em uma casa alemã (que eles não me ouçam kkk) com 90 metros quadrados e mantenho ela sozinha, porque se dependesse de gente para limpar ia me sair caro.
    Quando morei em Paris por uns meses, fiquei em um apto de um quarto que devia ter 45 metros e mal sabia o palácio que vivi (achei pequeno comparado com o que morávamos em Portugal). O aluguel devia ser uma pequena fortuna, assim como o aquecimento que deixei ligado o dia todo no inverno. Mas como foi tudo bancado pelo trabalho do marido... Me surpreendi com os vizinhos da frente que moravam em um apto igual mas o casal com dois filhos! Jesus!
    beijinhos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu pelas dicas! Esse Lidl já descobri que tem aqui perto de casa, vou procurar o LeCrec das redondezas :)

      Excluir
  2. A saúde que se dane, eu quero roupas secas e cheirosas :P

    ResponderExcluir