quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

CROUS: O RU da Sorbonne

Hoje tivemos que ir até a porte de Clignancourt, num evento da universidade. Como estamos economizando nossos últimos troquinhos e estávamos acompanhados, eu e a Juliane já sabíamos que íamos almoçar por perto e estávamos temendo o golpe (comer na rua, em Paris, dificilmente sai por menos de dez euros pra nós dois, se for lanche, e na maioria das vezes, sai bem mais do que isso, se for comida). Mas aí brilhou a estrela que até então não nos iluminara: o CROUS.

CROUS é uma sigla para Centre Régional de Oeuvres Universitaires et Scolaires e é basicamente a instituição estatal responsável por todo e qualquer auxílio estudantil e escolar na França. Eles garantem moradia, alimentação, saúde e uma série de outros benefícios. Como moramos num bairro onde não tem CROUS e nossa vivência universitária não é cotidiana, ficamos meio que a mercê dessa ausência. Mas hoje, lá em Clignancourt, tivemos nosso primeiro encontro com o Restaurante Universitário do CROUS - no caso, o CROUS Rabelais.

A gente tem uma cancha de RU desde muito tempo. O da UFRGS, claro, ocupa um lugar especial no nosso coração (e no nosso estômago), especialmente o do Campus do Vale. Conforme a nossa vida de estudante nos levou a outras universidades, outros RUs entraram no nosso roteiro degustativo. Mas nada como o CROUS.

Admito que para quem come num restaurante universitário brasileiro, o CROUS pode parecer bem salgado. Enquanto na UFRGS se paga 1,70 real (com suco...quer dizer, da época que tinha suco), o CROUS cobra 3,30 euros (ou mais ou menos uns 10 reais). Mas para os padrões parisienses, é uma pechincha mesmo. E pela quantidade de comida, acreditem: é realmente uma ótima saída para estudantes que contam seus míseros centavos.

Algumas coisas que nos chamaram atenção na nossa ida ao CROUS:

- Qualidade e variedade da comida: comida honesta e com bastante variedade. A minha única reclamação é que ela esfria rápido, mas essa é a lógica de qualquer bandejão no inverno.

- Não tem suco, mas tem água: Se você quiser alguma bebida, tem que comprar no caixa. Caso contrário, o restaurante (como a grande maioria deles em Paris) te oferece uma jarra d'agua.

- Sobremesas variadas e frutas variadas: Iogurtes, cremes, mousses...você pode escolher uma sobremesa qualquer. A quem interessar possa, pegamos mousses de chocolate.

- Tem queijo e pão de graça: Um pra cada um, é bem verdade, mas pô! Ganhar um cacetinho e um naco de queijo para acompanhar a refeição é um avanço civilizatório!

- Tem 3 tipos de carne: Via de regra, o lugar têm 3 opções de carne. Para quem é vegetariano, pode pegar então os dois pratos quentes oferecidos - geralmente batata em alguma de suas muitas formas.

- Variedade de saladas: Quem diz que salada não leva a nada (tipo eu), tem que rever seus conceitos na França. Aqui as saladas são mega-elaboradas e costumam ser muito boas - e no CROUS isso não é exceção. Tinha até salada com camarão!

Saladas a escolha

- Salinha dos professores: Isso é um pouco esquisito, mas os professores têm também uma sala reservada no CROUS. Eles comem a mesma comida oferecida aos alunos, mas podem ficar na salinha sem problemas.

Seu prato fica mais ou menos assim, só faltou o queijo!
Lamento só que a gente tenha demorado tanto para comer no CROUS. Como ele é aberto para estudantes, é preciso se cadastrar para ter acesso a ele. E, por conta disso, nunca havíamos corrido atrás. Mas depois de tantos dias comendo congelados no almoço (nada contra, diga-se de passagem), foi uma ótima mudança de ares comer uma comida quentinha e preparada na hora. A única coisa que eu senti saudade foi do feijão do RU...mas até aí, só tenho a dizer: saudades, feijão!

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