sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Centésimo post - 100 zueira não rola

Ou: "Aquele dia foi louco".

Esse é o centésimo post do nosso blog. Conforme vemos os dias passarem e se aproximar o nosso retorno ao Brasil, é engraçado reler alguns dos nossos textos antigos, em especial os primeiros. Vale ressaltar que a ideia do blog era ter um registro das nossas impressões sobre Paris durante a nossa estadia, mas acabamos falando de tudo um pouco. Às vezes, faltava inspiração e falávamos um pouco do nada. Às vezes tinha muita inspiração - e aí tinha que organizar as ideias. No frigir dos ovos, estamos orgulhosos do blog e da recepção dos amigos e familiares (e até de alguns desconhecidos que vieram elogiar). Foram mais de 7.000 visualizações - e acho que só a metade é nossa!

Então, para poder comemorar o centésimo post, a gente resolveu fazer uma listinha dos nossos posts favoritos (não necessariamente em ordem, mais ou menos em ordem).


Abaixo a nossa lista:

1. Os crepes da ira: É o primeiro post do blog, logo bate uma saudadinha das nossas inquietações se o francês ia sair naturalmente. Bom, naturalmente não sai, mas melhorou uns 500% para ler e uns 200% para conversar (poderia ter melhorado mais se os parisienses ajudassem).
2. Colonialismo francês - parte II: A gente tocou no tema do colonialismo francês várias vezes, mas esse foi o primeiro texto que saiu de uma coisa banal, como ir até o supermercado, por exemplo.
3. Bolsa Família na França: Provamos que a França é comunista (contém ironia), afinal, tá cheio de programa aqui para "sustentar vagabundo" (mais ironia, gente). Além disso, é o post mais visto do blog com 156 visualizações.
4. Homenageando a Catalunha - partes I e II: O nosso amigo Guinter, que também tá no continente europeu, morando em Girona (Espanha) pediu um espacinho no blog para falar do processo de independência catalão. O texto ficou sensacional, mas a gente teve que dividir ele em duas partes.
5. Nossa primeira manif em Paris: Foi um texto emocionado. Nem tanto por essa coisa de comunista-ateu-demonão-dos-inferno que nós temos, mas é porque foi uma manifestação emocionante em solidariedade aos curdos e à resistência em Kobane contra o Estado Islâmico e o autoritarismo turco.
6. Pensando (ainda) sobre Auschwitz: Aqui foi bem complicado, por se tratar de um texto sobre um evento traumático. Mas foi um dos mais lidos e compartilhados no blog. Veio das reflexões que fizemos a partir da nossa visita ao infame campo de extermínio e só isso basta para lembrar dele.
7. 10 coisas que aprendemos no museu do comunismo: Esse museu fica em Praga é hilário, a Juliane andou três passos dentro dele e já sabia que ali estava a pauta perfeita. Só faltou os comunistas comendo criancinhas.
8. Grávida de Luis Carlos Prestes: Falando em "comunismo", essa é mais uma prova de que a França é comunista (contém ironia de novo). Vale para conhecer um pouquinho as vantagens de ter filho num país que ainda tem Estado de bem estar social.
9. Cordialidade versus politesse: Esse texto é do início da nossa estadia, ainda estávamos satisfeitos com a polidez francesa. Hoje com certeza mudaríamos algumas coisas, mas ainda não sabemos qual é a melhor (ou a pior): cordialidade ou polidez?
10. Eu reconheço uma cidade baixa quando vejo uma: Fazia recém três dias que estávamos aqui e já tivemos a sorte (e a esperteza) de conhecer um dos nossos lugares preferidos de Paris: o 11éme. E mal sabíamos nós que havia bares mais baratos que o querido Pili Pili. Além disso, foi nosso primeiro kebab, salvador das noites na rua (e que a Juliane não pode nem ouvir falar mais...)

Bônus track:  Top 10: saudades de Porto Alegre: Depois de um mês por aqui, foi fácil fazer uma lista de coisas que sentíamos falta. O mais engraçado é que hoje a nossa lista encolheria: passados já três meses, já nos acostumamos com muitas coisas (como não comer mamão, pimenta ou feijão), em compensação as saudades dos nossos, do churrasco e do desodorante (no outro, claro, a gente continua usando!) só aumentou. E ele é legal porque escrevemos em quatro mãos mesmo.

Uma outra coisa, para comemorar os 100 posts. A gente falou para alguns amigos, mas nem todo mundo sabe porque o blog tem esse nome. Bem, ele era para ser um registro das nossas impressões sobre Paris, sobre as nossas experiências na Europa...mas na hora de pensar o título, a gente constatou que ele não podia ser nada que se referisse a "diário". Porque não é bem um diário. É uma forma de narrar o que a gente passou criando uma tensão entre coisa séria e zueira. A tensão nem sempre se resolve fácil, mas aí é que entra a tal da dialética. Em outras palavras, a gente zoa, a gente brinca, mas a gente se depara com a seriedade. O resultado disso é que às vezes o mundo é que parece que zoa com a gente.

E, de mais a mais, era uma forma da gente reivindicar uma identidade brasileira no meio da barbárie-civilizatória dos europeus. Poucas coisas definem melhor o brasileiro que uma boa zueira. Então afirmar que a gente tava indo levar a zueira para a seriedade europeia era a nossa forma de brincar com coisas tão diferentes: a gente zuando, a Europa se mantendo séria e austera. E aqui a gente segue. Nos próximos dias teremos ainda mais posts, tentando sambar no compasso dessa dialética.

Valeu, galera! 

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