sábado, 8 de novembro de 2014

Trastevere: a Cidade Baixa romana

Sem dúvida Roma foi um belíssimo passeio. Mas quem ganhou um lugarzinho no coração da gente foi o simpático bairro de Trastevere.

Torcida antifascista da Lázio: representação em Trastevere

Esse era o antigo bairro judeu de Roma. Na verdade, a região foi consolidada como região típica dos judeus ali no final da República, quando os comerciantes hebreus migraram para a região e aproveitaram a proximidade com o rio Tibre para estabelecerem atividades econômicas. No meio do período medieval, fugindo das perseguições cristãs, muitos judeus se converteram e foram morar do outro lado da ponte, abandonando o bairro gradualmente. Lá pelo final da Idade Média, a região passou por uma série de reformas lideradas pela Santa Sé para "adequar" o bairro às carruagens, destruindo boa parte das ruazinhas dele. Ainda assim, algumas dessas ruazinhas permanecem nos dias de hoje e são um dos principais charmes de Trastevere.

Vielinhas e ruazinhas em Trastevere: vale a pena se perder

Hoje, ele abriga diferentes cenários, numa vibe meio alternativa. A gente chegou lá procurando a igreja de Santa Maria do Trastevere, uma igreja que existe desde o século V. Na entrada, a gente nem dá nada por ela, mas lá dentro a gente viu um teto folheado em ouro. Pena que chegamos no meio da missa e achamos melhor dar uma volta nos arredores (uma ótima ideia coroada com pizza na pracinha).

Igreja de Santa Maria do Trastevere

No dia seguinte, fomos parar de novo em Trastevere. Mas agora com um objetivo mais nobre: ter uma legítima janta italiana. Achamos um pequeno restaurante cheio de turistas chamado "Carlo Menta". E seu Carlo não decepcionou: as massas eram deliciosas, tinha bruscheta de entrada, carne, pão e sobremesa. E é claro, não podia faltar o vino della casa (não era lá essas coisas, mas por 8 euros o litro, foi um achado).

Detalhe para a garrafa de vinho da casa

A nossa terceira ida para o Trastevere foi marcada pela busca de um bom boteco. Aqui em Roma, eles gostam muito de tomar Spritz, um drinque com vinho branco, soda e aperol (uma espécie de digestivo amargo e de cor alaranjada). Tivemos que tomar uns spritz, né? A Juliane super aprovou, dizendo que depois que a gente se acostuma com o amarguinho, é uma delícia. 

Spritz e diva

Alias, o nosso boteco do coração em Trastevere acabou sendo o San Calisto (que fica na praça de mesmo nome). O banheiro é sujo e o lugar parece um bolicho, mas tem seu charme. Numa das paredes, um quadro antigo e desbotado de Paulo Roberto Falcão (o re de Roma). No balcão, vendia-se cerveja, café, campari e gelato (!?). Vimos inclusive uma simpática e gigante cadela chamada Ricota (fale com o R de " carinho") que vai lá comer gelato. Além disso, o bar é conhecido por uma das cervejas mais baratas de Roma. A Peroni, marca principal da Itália, saía por 2,50 euros a garrafa de 0,66l - a piccola saía por 1,50. E quando falamos para o dono do bar que éramos de Porto Alegre ("Falcone")? E o garçom que era bonitão? E a cerveja barata - eu já disse isso, né?

"Falcone", o re de Roma

No último dia, a gente não pensava em ir para Trastevere. A ideia era ir até o monte Gianicolo, um ótimo lugar para admirar a vista da cidade e que de quebra ainda tem o túmulo da Anita Garibaldi. O "problema" é que para chegar lá é preciso passar por Trastevere. E aí já viu, né? Na volta passamos lá de novo, para comer "una buona pizza" e tomar uma saideira.

Mesa de madeira, cadeira de plástico e Peroni na mesa

Podem ter certeza: Trastevere deixa saudades.

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