sábado, 1 de novembro de 2014

Rue Faubourg Saint-Denis - o lado ocidental

Bem, ontem o Fernando já contou que, por um erro de direção, fomos parar no lado errado da Rue Faubourg Saint-Denis, chegando assim no seu lado oriental, o que foi surpreendente. Mas hoje é dia de falar do outro lado da rua, o ocidental, mas que talvez não seja tão ocidental assim...

Primeiro, a nossa ida à região se deu porque queríamos conhecer o Canal Saint-Martin, um canal inaugurado em 1825 que é famoso por ser local de encontro da galera descolada da cidade. No verão, às margens do canal, o pessoal costuma se reunir para tomar uma bière e jogar conversa fora. Além disso o canal passa por alguns dos bairros descolados-alternativos da cidade (ou está muito perto deles), como o 10e, 11e, 18e, 19e, 20e. Importante: esses são bairros com muitos imigrantes e diferentes daquela Paris que a gente costuma ver perto dos grandes pontos turísticos. Falamos aqui de uma Paris mais real e contemporânea, e por isso com mais tensão social. Bem, voltando ao canal, ei-lo:

Lugar para correr, passear com o seu cachorro e beber com a galera.

Como íamos até lá, lendo o Paris Lado B (super indicado para quem quer sair do óbvio) fiquei sabendo que uma rua bem perto dali tinha uma série de bares legais e assim resolvemos esticar o nosso passeio até lá (bom, vocês já sabem que erramos o caminho vou passar direto para o caminho certo).

A Faubourg Saint-Denis, na parte ocidental, é bem curtinha, vai até o número cento e pouquinho, acho que umas 6 quadras no máximo. Não há nada de turístico na região, só bares, tabacarias, lojas, cabeleireiros, coisas normais de um bairro normal. Mas ela tem um "não-sei-o-que" que em alguns momentos me fazia sentir na América Latina, seja pela canção ou por uma amistosidade que não é muito comum por aqui.

Seguimos as dicas de bares que havíamos anotados. Deixamos um de fora, pois o preço da cerveja havia subido e entramos em um outro sem dicas , como vou dividir com vocês agora:

Le Sully: número 13 da rua, é um bar pequeno e simpático, com ótimo atendimento e pint de Krone por 3,50 euros.  Depois você tem a 1664 (séze) por 4 euros, e outras que giram em torno desse preço (a mais cara é 6 euros). Importante: o bar lota.

Le Prado: número 10 da rua, em frente ao Sully, é muito parecido com seu vizinho, inclusive nos preços (e simpático também!).

Tribal Cafe: fica em uma rua perpendicular, a "Petites Ecuries" (parece uma "passagem", a rua tem várias e com vários restaurantes baratos). Aqui foi um estouro: pint por 3 euros (Krone) e mais uma vez atendimento bom, e ambiente agradável. Aos finais de semana, rola uns rangos de graça e o bar lota (pelo que entendi, antigamente tinha boca livre todos os dias).

Para comer, uma série de fast foods: kebabs, paninis, pizza italiana, pizza turca (tem pimentão, gente, só para avisar) e cachorro-quente! Quando vimos a plaquinha do "hot dog" já sabíamos onde seria o lanche (não havíamos visto aqui ainda, assim, no meio das comidas de rua). Assim, fomos até o Hutch: house of hot dogs, um espaço pequenininho ali na Faubourg. Quando chegamos, o atendente estava servindo duas moças alemãs, então a conversa era meio curta, com palavras em francês, alemão e acho que até alguma coisa em inglês, mas frase completa ninguém dizia. Depois, na nossa vez, tentamos falar em francês como sempre, mas tivemos uma dúvida de vocabulário que o rapaz não sabia responder, foi quando ele confessou: era o primeiro dia de trabalho e ele não falava quase nada de francês. Ele falava espanhol. (Cinco segundos de alegria.) Daí para frente liberamos o Eric para falar em espanhol e podemos conversar um pouco com ele, que veio de Córdoba e agora está trabalhando com o irmão nos hot dogs (que na verdade são os deliciosos panchos!). O lanchinho saiu por 4 euros, bem gostoso, e ainda deu para trocar uma ideia com um "confrade", a gente super voltaria.

Acabamos indo a rua novamente, e quase nos perdemos de novo, indo parar na Faubourg Saint-Martin, que também tem portal na entrada. Para nossa sorte, era quase do lado da Saint-Denis..
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Essa é a entrada da Faubourg Saint-Martin.


E essa é a entrada da Faubourg Saint-Denis, a que a gente queria...

Mas nesse novo erro, acabamos caminhando mais pela região e vendo um lado do 10e que ainda não havíamos visto do lado "ocidental", a Paris dos imigrantes africanos, quase exclusivamente. Em algumas ruas (travessas na verdade), muitos cabeleireiros, todos africanos, e com clientes africanos. Pelo que entendemos, o esquema é por filas, assim, rola uma muvuca amiga na frente do salão porque está todo mundo esperando a sua vez.

Assim, da Índia até a África, passando pelo sudeste asiático e pelo nosso vizinho de Córdoba, somado a galera alternativa-descolada, a Faubourg Saint-Denis é um ótimo lugar para se conhecer e se sentir um pouco cosmopolitaine e um pouco em casa também.

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