sábado, 29 de novembro de 2014

Praga: um balanço

Como vocês sabem, passamos 4 dias em Praga. A gente abordou em outros textos um pouquinho sobre a viagem, mas eles eram textos feitos no calor da hora e com celular. Como a nossa proposta é fazer do blog um registro diário, qualquer lugar que nos dê wifi garante que o blog saia, ainda que muitas vezes sejam reflexões bem imediatas. Mas como voltamos para Paris, temos que falar um pouquinho sobre essa experiência de viagem com o corpo e a cabeça mais descansados (leia-se: menos intoxicados com as deliciosas cervejas tchecas).

Bom, a primeira coisa que precisamos falar é da experiência de viajar com a Easy Jet. Já havíamos comentado aqui e aqui sobre viajar com a Ryanair, onde o barato não é tão barato assim. A Easy Jet não tem tantos preços baixos como a sua concorrente, mas ele ainda são baixos em vários trechos, é só se ligar nas promoções. As vantagens dessa companhia, para quem tá sediado em Paris, é queos voos saem de Orly ou do De Gaulle, aeroportos que são fáceis de chegar e que você gasta no máximo uns 10 euros nesse trajeto (para Beauvais o trajeto saía 17 euros). Quanto ao conforto, o padrão é aquele de viagens econômicas de 2 horas e com lanchinhos pagos por fora. Eles também são mais organizados e fazem até pesquisa de opinião pós voo, gente. Achei profissional (o que a Ryanair não é: deem uma olhada nessa notícia e nessa). Resumo da ópera: recomendamos muito a Easy e desrecomendamos muito a Ryanair.

O nosso segundo ponto é a Praga tourist trap. Já havíamos feito um post sobre algumas das armadilhas que nos deparamos na Europa, mas até agora nenhum lugar concentrou tantas armadilhas quanto a capital tcheca. Falamos ontem que um dos estranhamentos que sentimos na capital checa foi essa enorme quantidade de museus, na maioria meio feitos sem seriedade e respeito por patrimônio histórico e artístico (Kakfa lá virou qualquer coisa, ao lado do... gengibre, por exemplo). Se você se deixar levar, o que era para ser uma lowcost acaba virando um grande armadilha que custaram muitas coroas checas e frustração, pois eles gostam muito do dinheiro do turista, e muito menos do turista. Para isso, não se iluda: comer e beber em Praga é barato, mas passeios turísticos saem pelo mesmo preço das grandes capitais europeias (e às vezes sem a mesma qualidade).

Museu das máquinas sexuais em Praga

O terceiro ponto é falar do nosso hostel em Praga. A gente tem se hospedado sempre em hostels nas nossas viagens, procurando preços promocionais e o mínimo de condições necessárias para a gente ser feliz (tipo, banheiro limpo, quarto com duas camas, wifi, coisas assim...). Sempre fazemos pesquisas na internet, pegamos dicas de amigos, fazemos as contas e elencamos prioridades: será que vale a pena pagar 50 euros a mais por um banheiro privativo, por exemplo (e quase nunca vale...)? Nessa função, tivemos uma experiência ruim na Itália (não recomendamos o Freedom Traveller Rome Hostel), e boas experiências em Bruxelas (Jacques Brel Youth Hostel) e Cracóvia (Roller Hostel). Mas a experiência em Praga foi algo fora do comum. Primeiro, que reservamos o hostel errado: existe um "Old Prague Hostel" e um "Old Prague House", queríamos o primeiro e acabamos reservando o segundo, sem saber, algo que só fui me dar conta depois que chegamos lá e não reconheci no hostel as fotos que havia visto no TripAdvisor. Então, ficamos no "Old Prague House" e recomendamos imensamente: atendimento sensacional, quarto confortável, banheiros (compartilhados) e muito limpos, café da manhã gostoso (salsichas!), roupa de banho incluída, internet boa, bem localizado, bares e restaurantes próximos e, pasmem, eles nos buscaram e nos levaram no aeroporto sem taxas extras (na chegada, a manager do hostel foi nos buscar no seu carro particular e na saída eles pagaram o táxi para gente). E tudo isso por um ótimo preço! Acho que nunca mais vamos encontrar um hostel assim em nossas vidas... (Saudades, Old Prague House <3)

Old Prague House - casinha medieval e do lado tinha o bar Archa

Por fim, retomar o lance das cervejas. Desconfiamos que em Bruxelas as cervejas que tomamos eram melhores do que as tchecas. As cervejas belgas eram demais, todas elas muito encorpadas e fortes. Com duas você ficava legal e foi lá que conhecemos duas cervejas ótimas: a Chimay Blue (que é uma cerveja escura muito boa) e a blanche (que não é bem uma marca, mas sim um tipo de cerveja tradicional deles que é branquinha, mais aguada e fica boa com...limão). A gente tomou ambas na França depois, mas a verdade é que os preços das cervejas não são muito bons (tanto em Bruxelas, como em Paris). Já em Praga, bom...a cerveja era muito boa no geral. A Ju adorou uma cerveja escura que é a Krusovice Cerne (leia isso com acentos circunflexos invertidos no "esse" e no "cê"), mas mesmo as pilsens tradicionais eram boas. E os preços eram ótimos! Pagando 35 coroas tchecas, dava para tomar um copão de 500 ml de chope (em alguns bares era ainda mais barato!). O Fe chegou a tomar uma cerveja gelada na rua com frio de 2 graus de tão boa que ela era!

O nosso teclado não faz circunflexos de cabeça pra baixo, gente.

Enfim...a gente adorou Praga, a cidade é lindinha e dá vontade de voltar no Old Prague House. Mas cuidado com as tourist traps. Elas estão mesmo em todos os lugares, mas em cidades que vivem praticamente só do turismo isso fica fora de controle muitas vezes.

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