Sem dúvida Roma foi um belíssimo passeio. Mas quem ganhou um lugarzinho no coração da gente foi o simpático bairro de Trastevere.
Torcida antifascista da Lázio: representação em Trastevere |
Esse era o antigo bairro judeu de Roma. Na verdade, a região foi consolidada como região típica dos judeus ali no final da República, quando os comerciantes hebreus migraram para a região e aproveitaram a proximidade com o rio Tibre para estabelecerem atividades econômicas. No meio do período medieval, fugindo das perseguições cristãs, muitos judeus se converteram e foram morar do outro lado da ponte, abandonando o bairro gradualmente. Lá pelo final da Idade Média, a região passou por uma série de reformas lideradas pela Santa Sé para "adequar" o bairro às carruagens, destruindo boa parte das ruazinhas dele. Ainda assim, algumas dessas ruazinhas permanecem nos dias de hoje e são um dos principais charmes de Trastevere.
Hoje, ele abriga diferentes cenários, numa vibe meio alternativa. A gente chegou lá procurando a igreja de Santa Maria do Trastevere, uma igreja que existe desde o século V. Na entrada, a gente nem dá nada por ela, mas lá dentro a gente viu um teto folheado em ouro. Pena que chegamos no meio da missa e achamos melhor dar uma volta nos arredores (uma ótima ideia coroada com pizza na pracinha).
Igreja de Santa Maria do Trastevere |
No dia seguinte, fomos parar de novo em Trastevere. Mas agora com um objetivo mais nobre: ter uma legítima janta italiana. Achamos um pequeno restaurante cheio de turistas chamado "Carlo Menta". E seu Carlo não decepcionou: as massas eram deliciosas, tinha bruscheta de entrada, carne, pão e sobremesa. E é claro, não podia faltar o vino della casa (não era lá essas coisas, mas por 8 euros o litro, foi um achado).
Detalhe para a garrafa de vinho da casa |
A nossa terceira ida para o Trastevere foi marcada pela busca de um bom boteco. Aqui em Roma, eles gostam muito de tomar Spritz, um drinque com vinho branco, soda e aperol (uma espécie de digestivo amargo e de cor alaranjada). Tivemos que tomar uns spritz, né? A Juliane super aprovou, dizendo que depois que a gente se acostuma com o amarguinho, é uma delícia.
Spritz e diva |
Alias, o nosso boteco do coração em Trastevere acabou sendo o San Calisto (que fica na praça de mesmo nome). O banheiro é sujo e o lugar parece um bolicho, mas tem seu charme. Numa das paredes, um quadro antigo e desbotado de Paulo Roberto Falcão (o re de Roma). No balcão, vendia-se cerveja, café, campari e gelato (!?). Vimos inclusive uma simpática e gigante cadela chamada Ricota (fale com o R de " carinho") que vai lá comer gelato. Além disso, o bar é conhecido por uma das cervejas mais baratas de Roma. A Peroni, marca principal da Itália, saía por 2,50 euros a garrafa de 0,66l - a piccola saía por 1,50. E quando falamos para o dono do bar que éramos de Porto Alegre ("Falcone")? E o garçom que era bonitão? E a cerveja barata - eu já disse isso, né?
"Falcone", o re de Roma |
No último dia, a gente não pensava em ir para Trastevere. A ideia era ir até o monte Gianicolo, um ótimo lugar para admirar a vista da cidade e que de quebra ainda tem o túmulo da Anita Garibaldi. O "problema" é que para chegar lá é preciso passar por Trastevere. E aí já viu, né? Na volta passamos lá de novo, para comer "una buona pizza" e tomar uma saideira.
Mesa de madeira, cadeira de plástico e Peroni na mesa |
Podem ter certeza: Trastevere deixa saudades.
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